A Dualidade das Festas na Fafich

 Por Gabriel Coutinho / @poxagabart

Independentemente se você é calouro ou veterano, você com certeza já ouviu falar

delas: as famosas festas da Fafich. Ora, quem também nunca ouviu falar do “Na tora”? Não

é segredo que os jovens gostam de festas: há quem diga que é o momento da vida em que

a pessoa deve aproveitar ao máximo. Então, goste ou não, o espírito predominante é esse

entre os mais jovens, que são maioria na universidade. Entretanto, nessa matéria vamos

tentar observar de um ponto mais afastado o que são essas festas, o que elas representam

para os estudantes e quais os impactos que elas têm, tanto para quem frequenta, tanto para

quem está em aula enquanto elas acontecem.



Foto do Arraiá do DA Fafich, realizado na área central do prédio (fonte: DA Fafich - UFMG em post no Facebook)


Nesta edição o Jornal da Cria busca entender mais sobre as festas no prédio que mora no

coração da galera de humanas. E tem alguém melhor para falar sobre esse assunto do que

os alunos da Fafich? Por isso, nós fomos atrás de estudantes que pudessem nos contar um

pouquinho de sua experiência no prédio em dias de festa. Porém, para preservar a identidade

das pessoas entrevistadas, seus nomes não serão expostos.

De início, confira com a gente o que disse essa estudante de História sobre o tema:

“Acho que os eventos são uma forma de ocupação da Fafich. É um espaço dos alunos,

‘né’? E a gente já passa muito tempo lá. Eu acho legal ver como os alunos de lá se juntam

para organizar as coisas (apesar da reitoria se esforçar para impedir esses eventos), tem

até feira lá dentro!”



Retrato artístico de uma pessoa em meio à uma festa na Fafich.

(Imagem disponibilizada pelo fotógrafo Vyne, @lentesv.yn no Instagram)


A partir do depoimento, é possível perceber uma perspectiva positiva da aluna em relação

às festas. Ela traz um ponto muito importante, que é a necessidade dos universitários

ocuparem o espaço que, afinal, é para nós mesmos.


Entretanto, toda história tem dois lados. Então, ao buscar mais opiniões sobre o tema, a

Cria recebeu o relato de uma aluna de Gestão Pública, do período noturno. Veja o que ela

diz: “Na minha franca vivência, até agora, as festas não impactaram tanto nas minhas aulas,

por eu ter mais aulas no CAD nos horários que tem festa. Mas interfere bastante na

circulação dos locais, porque fecham os prédios e impedem a entrada, às vezes as

lanchonetes ficam sem acesso, vira uma bagunça! Tem a questão do barulho que atrapalha

muitas pessoas que estão em aula. Já participei de algumas festas e são bem legais, essa

cultura de curtir na faculdade é boa, porém precisa de ser bem organizada para que

ninguém se prejudique. Por exemplo, fazendo os encontros nos gramados, mais longe dos

prédios, aí não vai complicar tanto para os dois lados.”


O que podemos concluir com isso é que as festas na Fafich são importantes para os

estudantes, afinal são eventos que, além de possibilitarem a socialização e divertimento das

pessoas, também simbolizam a ocupação do ambiente público. Porém, é preciso levar

também em consideração a voz dos alunos que têm aula à noite e nem sempre optam por

comparecer às festas, porque, se elas não forem bem organizadas, podem prejudicar a

vivência dessas pessoas, que têm tanto direito quanto as outras.



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